quinta-feira, maio 10, 2007

CORUGEIRA

Na falta de outra fotografia, uma vista da ribeira que corre perto desta aldeia.

Situada num dos extremos do actual municipio "Forno-Algodrense" a povoacao da Corugeira, desde sempre esteve incluida na antiga freguesia da "Funha", que presentemente e conhecida por "Fuinhas", com ela incorporada no antiquissimo concelho de Algodres.

Embora possa haver uma outra explicacao que desconheco, o toponimo tera que ver com a quantidade de corujas, que outrora tera havido por estes lados.

E uma povoacao pequena e em acentuado processo de desertificacao, nao lhe conhecendo nenhum outro motivo de interesse, para alem das paisagens belas e despoluidas!

A titulo de curiosidade informo, que devido a sua localizacao um pouco longe de tudo e ao seu fraco desenvolvimento, esta povoacao e conhecida "maldosamente" por "Africa" e os naturais sao "apodados" por "africanos!


Dizem que a Africa e aqui,
Nesta pequena povoacao.
Mandai calar essa gente,
Porque nunca aqui faltou o pao.


O aldeia da Curugeira,
Quase escondida na serra.
Aqui todos sao amigos,
Nesta tao pequena terra.

quinta-feira, maio 03, 2007

CORTICO (d'Algodres)

Igreja paroquial de S.Pelagio.


Embora existindo no limite desta freguesia uma Anta da epoca neolitica, o mais antigo documento escrito conhecido referindo esta povoacao data de 1170. (carta de Couto de Figueiro da Granja) Aparece nessa altura com o toponimo ; "Cortissolo", cuja origem a quem afirme estar relacionada com cortica. De facto nesta regiao havia outrora muitos sobreiros e azinheiros, entre carvalhos e castanheiros e outras especies autocones. Por vezes tambem aparece escrito "Corticolo, o "O" (com circunflexo) da terminologia actual, tem o mesmo significado que o "olo" medieval.

No entanto creio que a evolucao do toponimo tera sido outra.

Pelo que existe uma outra proposta para a origem do toponimo; o amigo Joffre Alves: http://couramagazine.blogs.sapo.pt/ diz-nos que vem da palavra latina "Cohorte", que era um pequeno abrigo para pastores e rebanhos, de onde vem tambem a nossa palavra: "Corte", e de facto mais consensual, pois rebanhos e pastores desde tempos imemoriais os houve por estas bandas. Na proximidade existem tambem mais dois toponimos relacionados; a "Quinta das Cortinhas"em Vila Cha e a extinta e arruinada "Aldeia das Cortes", no limite de Figueiro.

E muito provavel, que que esta aldeia tenha tido origem numa propriedade agricola romana, havendo ate a possibilidade de aqui ter passado algum caminho subsidiario da "Via Viseu-Egitanea-Merida", como se supoe. No entanto tanto quanto sei nunca foram identificadas nenhumas evidencias disto.

Existem tambem referencias a uns moinhos de "Cortizao", nas inquiricoes de D. Afonso III de 1258.

Em epocas mais recentes, sabe-se pelo "cadastro da populacao do Reino" de 1525, mandado efectuar por D. Joao III, que esta terra era uma freguesia-curato sufraganea de "Sancta Maria de Algodres" e tinha nessa altura 30 fogos (familias).

A sua igreja que creio datara da baixa idade media, tem por patrono S. Pelagio cuja festa se celebra em 26 de Junho. E um santo muito popular desde os tempos da reconquista crista, aparecendo noutras localidades como S. Paio ou S. Pelaio, mas na realidade e o mesmo santo.

O templo e modesto e conserva um portal em arco de volta completa sem ornatos, creio que data da construcao original. Teve a fachada alteada e foi construido o actual campanario de duas ventanas, em 1878.
No seu interior para alem da talha barroca e alguma imaginaria, conserva um pulpito de granito fino, do seculo XVII com uma data de caracteres invulgares.

Existiu nesta aldeia ate ao seculo XVIII, uma antiga capela com a invocacao do Espirito Santo. Por essa altura estando em ruina, acabou demolida e a imagem foi vendido aos "Cerveiras da Cunha" tendo sido transferida para a capela daqueles fidalgos, sita na "Quinta dos Telhais" na vizinha freguesia de Maceira.

Junto a estrada que sobe depois a Serra da Barroca, encontra-se uma casa oitocentista, que se supoe ter pertencido aos "Magalhaes"; familia nobre que aqui residiu pelo menos ate ao seculo XVII (em 1645, foi um membro desta familia investigado pela "inquisicao", tendo-se chegado a conclusao, que nesta familia nao existia nenhuma ligacao aos judeus, ou a pessoas mecanicas, e "eram da nobreza antiga").

Tambem aparecem documentadas em 1624 as familias Payvas e Albuquerques e em 1649 os Ferreiras e Rebelos.

Anexo a "Casa do Cabo" (solar dos Magalhaes) encontra-se recuperado um antigo lagar de azeite, funcionando como polo museologico, aqui fazem-se provas gastronomicas onde o azeite e rei.


O terra de Cortico,
Rodeada de oliveiras.
Meu querido S. Pelagio,
Padroeiro das queijeiras.


Depois de subir a Barroca,
No planalto da "terra fria".
Esta A "Casa da Orca",
De outro passado que havia.


Ja ca houve o Santo Espirito,
Numa antiga capela.
Tens um solar e lagar restaurado,
Antes de se subir a serra.