quinta-feira, maio 03, 2007

CORTICO (d'Algodres)

Igreja paroquial de S.Pelagio.


Embora existindo no limite desta freguesia uma Anta da epoca neolitica, o mais antigo documento escrito conhecido referindo esta povoacao data de 1170. (carta de Couto de Figueiro da Granja) Aparece nessa altura com o toponimo ; "Cortissolo", cuja origem a quem afirme estar relacionada com cortica. De facto nesta regiao havia outrora muitos sobreiros e azinheiros, entre carvalhos e castanheiros e outras especies autocones. Por vezes tambem aparece escrito "Corticolo, o "O" (com circunflexo) da terminologia actual, tem o mesmo significado que o "olo" medieval.

No entanto creio que a evolucao do toponimo tera sido outra.

Pelo que existe uma outra proposta para a origem do toponimo; o amigo Joffre Alves: http://couramagazine.blogs.sapo.pt/ diz-nos que vem da palavra latina "Cohorte", que era um pequeno abrigo para pastores e rebanhos, de onde vem tambem a nossa palavra: "Corte", e de facto mais consensual, pois rebanhos e pastores desde tempos imemoriais os houve por estas bandas. Na proximidade existem tambem mais dois toponimos relacionados; a "Quinta das Cortinhas"em Vila Cha e a extinta e arruinada "Aldeia das Cortes", no limite de Figueiro.

E muito provavel, que que esta aldeia tenha tido origem numa propriedade agricola romana, havendo ate a possibilidade de aqui ter passado algum caminho subsidiario da "Via Viseu-Egitanea-Merida", como se supoe. No entanto tanto quanto sei nunca foram identificadas nenhumas evidencias disto.

Existem tambem referencias a uns moinhos de "Cortizao", nas inquiricoes de D. Afonso III de 1258.

Em epocas mais recentes, sabe-se pelo "cadastro da populacao do Reino" de 1525, mandado efectuar por D. Joao III, que esta terra era uma freguesia-curato sufraganea de "Sancta Maria de Algodres" e tinha nessa altura 30 fogos (familias).

A sua igreja que creio datara da baixa idade media, tem por patrono S. Pelagio cuja festa se celebra em 26 de Junho. E um santo muito popular desde os tempos da reconquista crista, aparecendo noutras localidades como S. Paio ou S. Pelaio, mas na realidade e o mesmo santo.

O templo e modesto e conserva um portal em arco de volta completa sem ornatos, creio que data da construcao original. Teve a fachada alteada e foi construido o actual campanario de duas ventanas, em 1878.
No seu interior para alem da talha barroca e alguma imaginaria, conserva um pulpito de granito fino, do seculo XVII com uma data de caracteres invulgares.

Existiu nesta aldeia ate ao seculo XVIII, uma antiga capela com a invocacao do Espirito Santo. Por essa altura estando em ruina, acabou demolida e a imagem foi vendido aos "Cerveiras da Cunha" tendo sido transferida para a capela daqueles fidalgos, sita na "Quinta dos Telhais" na vizinha freguesia de Maceira.

Junto a estrada que sobe depois a Serra da Barroca, encontra-se uma casa oitocentista, que se supoe ter pertencido aos "Magalhaes"; familia nobre que aqui residiu pelo menos ate ao seculo XVII (em 1645, foi um membro desta familia investigado pela "inquisicao", tendo-se chegado a conclusao, que nesta familia nao existia nenhuma ligacao aos judeus, ou a pessoas mecanicas, e "eram da nobreza antiga").

Tambem aparecem documentadas em 1624 as familias Payvas e Albuquerques e em 1649 os Ferreiras e Rebelos.

Anexo a "Casa do Cabo" (solar dos Magalhaes) encontra-se recuperado um antigo lagar de azeite, funcionando como polo museologico, aqui fazem-se provas gastronomicas onde o azeite e rei.


O terra de Cortico,
Rodeada de oliveiras.
Meu querido S. Pelagio,
Padroeiro das queijeiras.


Depois de subir a Barroca,
No planalto da "terra fria".
Esta A "Casa da Orca",
De outro passado que havia.


Ja ca houve o Santo Espirito,
Numa antiga capela.
Tens um solar e lagar restaurado,
Antes de se subir a serra.

10 comentários:

Tozé Franco disse...

Caro AL:
Excelente artigo e interessante a colaboração que se vai tgendo de outros blogues.
Um abraço.

O Micróbio II disse...

Mais um pedaço de história que enriquece quem aqui vem.

Anónimo disse...

Sou descendente dos Rebello de Magalhães, da freg. de Cortiçô por isso gostava de saber se alguem tem dados sobre esta família.


Óscar Caeiro Pinto

Anónimo disse...

Sobre os Rebello de Magalhães ver o link http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=186435

Amélia disse...

Os meus avós paternos - bem como os seus seis filhos,sendo o meu Pai o único varão,eram de Cortiçô e a eles pertencia o lagar de azeite, mais tarde vendido pelos herdeiros. Não sei se é o que foi convertido em museu...há muitos anos que lá não vou:não tenho já nenhuma família lá -como também já não tenho em Algodres, onde cresci...Lembro bastante o bacalhau à lagareiro que lá se fazia...nunca mais comi tão bom - com o azeite acabado de fazer.O único sítio onde ainda tenho família (uma tia, apenas) é na Matela, já de outro concelho, mas pertinho de Matança.

Anónimo disse...

Cara Senhora D. Amélia
O meu antepassado JOÃO REBELLO DE MAGALHÃES, foi bapt. em Cortiçô, a 25/6/1645, foi fidalgo da Casa Real, na habilitação para o Santo Oficio de seu neto refere que ele pertence a uma família de “cristão velhos e limpos de toda a infecta nação pessoas nobres que sempre viveram de suas fazendas sem que tivessem oficios nem ocupação alguma “. Foi senhor da quinta de Cortiçô, comprada ao dr. Lourenço de Albuquerque, natural de Mioma, (que a recebeu por dote de sua mulher Helena Furtado, esta natural de Cortiçô). Esta quinta era composta de alguns senhorios, um deles era que na dita terra ninguém podia ter lagar de azeite senão os senhores da dita quinta.Casou a 2/12/1659 com D.BERNARDA TEIXEIRA DA SILVA DELGADO , natural da cidade do Porto, filha do dr. Roque Teixeira da Silva, licenciado em Leis, advogado e conhecido homem das letras na cidade do Porto, onde foi juiz dos Orfãos e de Maria dos Anjos Delgado Pinto.
Deste casal nasceu entre outros o famoso (esquecido na sua terra)Padre ANTÓNIO DE MAGALHÃES, nascido em Cortiçô a 5/6/1677, este foi padre da companhia de Jesus. Esteve alguns anos como missionário na China. Em 1720 foi encarregado pelo imperador da China de ser portador de um presente para o rei D. João V. Em 1725 enviou este rei uma dádiva ao filho do imperador, então já falecido, pelo dr. Alexandre Metello de Sousa e Menezes, que levou como secretário o padre Francisco Xavier da Rua e na companhia deste o padre António de Magalhães, de quem não há mais noticia.

Anónimo disse...

Gostei muito de ler algo da historia da minha terra.Espero brevemente poder dar alguma informaçao que aqui nao consta.
Saudaçoes cordiais .

Anónimo disse...

Cortes:Existe em Cortiço,não longe da Casa do Cabo,um terreno,que tem umas casas muito velhas,às quais chamam cortes(locais onde os pastores recolhiam os rebanhos durante a noite).Tive conhecimento que o IPAR,proibiu a sua destruição. Lagar de azeite:Há bem pouco tempo,quando a Junta de Freguesia resolve alargaro local onde se entroncam a estrada para Algodres com a rua da igreja,foram encontrados restos de um lagar de azeite muito antigo.O IPAR mandou técnicos estudarem todos os vestígios e após os estudos cobriram tudo com terra não permitindo pôr alcatrão. Este deve ter sido o primeiro lagar da Casa do Cabo.

Anónimo disse...

teste

Anónimo disse...

Olhe eu gostei muito de ver a foto da vila de Fornos porque e o meu torrao doce foi ai aonde eu vivi ate ha idade de 16 anos
Obrigado