terça-feira, setembro 19, 2006

A Granja da Figeirola (FIGUEIRO DA GRANJA)

A antiga vila de Figueiro da Granja, devera ter tido origem numa "villae" agricola romana, tal como a maioria das aldeias vizinhas.
No entanto dentro dos limites da freguesia, existem vestigios de povos muito mais antigos; pelo menos desde o "Calcolitico Superior", foram encontrados documentos arqueologicos, no Castro do Monte S. Tiago.
Por esta povoacao passava a estrada romana, que de Viseu e Fornos se dirigia a Celorico, onde entroncava na que vinha de Braga para Merida.
Junto ao actual cemiterio, no sitio da "Torre" tem sido descobertos varios legados romanos; capiteis de coluna, mos manuais, moedas, etc. Havendo quem afirme que ali se situou uma "viccus".(aldeia romana)
O toponimo "Torre", pode indiciar a existencia de alguma torre senhorial da idade media, ou de defeza, contemporanea da antiga via romana.

Em 1169 esta Quinta ou Granja, que pelo facto de possuir uma pequena figueira, se identificava por: "da Figairola", foi vendida por D. Afonso Henriques a Egas Goncalves, por: "....um cavalo e uma mula...".
Esse mesmo Egas, dou-a a seguir ao convento de S. Joao de Tarouca.
Em 1170 a pedido do convento, o referido rei ja nessa altura acompanhado na governacao pelo seu filho, o futuro D. Sancho I, coutou a area do que e actualmente a freguesia.
Os limites do antigo couto e mais tarde concelho, ainda hoje se encontram assinalados por cruzes de varios formatos, gravadas em lages e marcos graniticos.

Em data incerta do seculo XIII ou XIV, foi fundada a igreja desta povoacao, desmembrando o seu territorio, do da de S. Miguel de Fornos, onde ate ai eram fregueses os habitantes deste couto.
Desse tempo deve datar uma pequena imagem da Maria com o Menino, actualmente colocada na frontaria da igreja de Figueiro.
O templo actual data dos seculos XVIII e XIX, acrescentado nos principios do seculo XX, altura em foi alteada a fachada e erguida a magnifica torre sineira.
No entanto grande parte da cantaria, era proveniente do arruinado santuario da Senhora dos Milagres, da Muxagata, destruido pelos habitantes daquela freguesia em fins do seculo XVIII.

Baseando-se na antiga "Carta de Couto", (considerado o primeiro foral desta terra) ja no seculo XV D. Afonso V, elevou esta povoacao a vila e concelho. Por sua vez no seculo seguinte D. Manuel I concedeu-lhe um foral novo.
O seu pelourinho granitico, com o escudo das quinas, debruado e amarrado por uma corda e rematado por uma esfera armilar, e sem duvida comtemporaneo deste segundo foral.
Estava outrora na praca defronte a Casa da Camara, vendida em fins do seculo XIX, foi transferido para o lugar actual, junto a Capela de S. Sebastiao em 1881, aquando da construcao da estrada que mais tarde seguiria ate Aguiar da Beira.

Dignas de registo nesta povoacao, sao as suas capelas; a ja referida de S. Sebastiao e as de S. Pedro, S. Silvestre, Santa Eufemia e a da Senhora da Copacabana.
Esta capela rodeada por uma pequeno adro, foi edificada no seculo XVII por um padre missionario no Peru, proveniente de uma antiga familia existente na regiao: os "Soverais". Um seu herdeiro tambem padre e da mesma familia, legou-a com todos os seus bens aos "Albuquerques de Vasconcelos" de Fornos, que a partir desse legado passaram a usar o apelido "Soveral".
Estando em ruina em fins do seculo XX, depois de ter sido cedida a paroquia pelos proprietarios, foi restaurada, encontrando-se em perfeito estado de conservacao.

Existem tambem nesta freguesia, varias sepulturas escavadas na rocha, algumas agrupadas e outras isuladas, de acordo com especialistas dataram dos primeiros tempos do cristianismo.
Tambem dessa epoca data uma estela funeraria, que encontrando-se quase abandonada, foi colocada numa coluna em 1938, pelo Monsenhor Pinheiro Marques, natural desta povoacao.

Sem comentários: